Editora da revista “Quatro Cinco Um” promete próxima edição com foco maior na literatura de não ficção.
Fernanda Diamant será a curadora da 17ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). O mais prestigiado evento literário do país está marcado para ocorrer de 10 a 14 de julho de 2019. Ainda não foi definido quem será o homenageado, mas ela já anunciou que a próxima edição vai apostar mais em livros de não ficção: “Há assuntos que tem controvérsia, e que não são ligados a posições políticas óbvias. Buscar essa diversidade de opiniões é uma meta”
Sobre o objetivo de sua curadoria
Formada em Filosofia pela USP, Fernanda já atuou como jornalista e editora de livros na Publifolha e na editora 34. E defende a busca por autores de não ficção para oferecer mesas com pontos de vista mais variados.
— Essa produção é boa para incentivar o debate. Vou procurar temas ligados história, ciências, jornalismo, antropologia, urbanismo e até maternidade. Muitos autores nesses gêneros chegam a uma qualidade, com uma capacidade de comunicar, que alcança a arte da literatura. E muitas vezes até se aproximam da ficção — diz.
Outra mudança que Fernanda pretende é em relação aos formatos das mesas. Segundo a curadora, mesas mais curtas, ou com duração intermediária, serão complementos às tradicionais — que duram 1h10min, em média.
O número de autores e mediadores por mesa também pode mudar. E novas combinações de linguagens estão previstas. Uma inspiração foi a mesa deste ano com a russa Liudmila Petruchévskaia, que, além de falar, cantou.
Os temas políticos prometem estar em voga: “Tudo é político, obviamente, mas há assuntos que têm controvérsia, e que não são ligados a posições políticas óbvias. A diversidade é uma meta”, afirma.
Herança da diversidade racial será mantida
Fernanda sucede à jornalista baiana Josélia Aguiar, cuja curadoria ficou marcada principalmente pelo aumento da diversidade racial e de gênero entre os autores convidados e entre o público. Um legado que a nova curadora promete manter.
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“Eu acho que essa mudança tinha que acontecer e é algo que não tem volta. A sobrevivência da Flip como evento relevante no Brasil dependia disso”.
O autor homenageado será revelado até o fim do ano. Por ora, a curadora se limitou a dizer que as opções “cobrem um amplo espectro” da produção literária. Em relação à queda de verba que o evento vem sofrendo nos últimos anos, Fernanda disse que ainda não sabe avaliar o assunto.
A curadoria de Fernanda estabelecerá uma relação com as conquistas da Flip nos últimos anos e as novas demandas que estão surgindo no atual cenário político e cultural do Brasil e do mundo.
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