*Por Débora Monteiro.
As pessoas chegam tão empolgadas para aproveitar a praia durante as férias de verão que acabam ficando chateadas se a chuva insiste em cair sobre Paraty. Eu compreendi a frustração logo que meus hóspedes chegaram de São Paulo para curtir os dias de descanso na cidade. A noite foi chuvosa, e o dia não amanheceu muito promissor. Abrindo o leque de alternativas para passeios legais sem sol indiquei a caminhada pela Praia do Pontal até o Forte Defensor Perpétuo, construído no final do Século XVIII para proteger a então Vila de São Roque e garantir o escoamento do ouro que chegava à cidade pela Estrada Real.
Caminhamos da Sweet Paraty até o final da ciclovia do Canal, um dos meus lugares favoritos na cidade. Andar por aqui já é um passeio incrível, que esvazia a mente. Na ponta do rio Perequê-Açu, onde as águas chegam ao mar, viramos à esquerda e atravessamos a praia do Pontal agraciados pelo calor morno da manhã. Subimos a ladeira até chegar ao portal que nos leva pela trilha até o antigo forte, hoje Museu Forte Defensor Perpétuo. Era segunda-feira e por isso o museu estava fechado. Mas não tinha problema, queríamos mesmo era nos esparramar pela paisagem deslumbrante do escondido lugar que já protegeu a cidade dos piratas.
No pátio da entrada os canhões do tipo “12 Tiros” estão posicionados no mesmo lugar onde conseguimos avistar o horizonte de Paraty, que se desmancha sob o morro com a Igreja Matriz imponente marcando a paisagem. Com cuidado descemos as pedras milenares e chegamos pertinho do mar, onde já vi tartarugas ao alcance das mãos. Nas rochas as ostras dificultam o mergulho, mas alguns turistas se aventuram a se refrescar nas águas depois do banho de sol. Nós, desprevenidos, aproveitamos o tempo para jogar conversa fora. Enquanto divagávamos sobre a vida o Gus foi desbravar a Mata Atlântica que infelizmente não é intocada. Voltou alegre carregando pitangas fresquinhas para refrescar o papo.
Fotos: Débora Monteiro
Sem nos darmos conta ficamos ali por mais de três horas, apreciando a paisagem, nos conectando com a Natureza. O mormaço até deu uma trégua para o sol que brilhou forte sobre nossa pele e, claro, nos deixou queimados. Parecíamos marinheiros de primeira viagem: sem boné, protetor solar ou prevenção contra os fortes raios UV.
A caminho do Centro Histórico encontramos algumas jacas caídas nas folhas onde também já vi esquilos saltitando para buscar comida.
Visite!
Museu Forte Defensor Perpétuo
Endereço: Morro da Vila Velha, s/n°, Pontal
Horário de funcionamento: De terça-feira a domingo, das 9h00 às 12h00 e das 13h00 às 17 horas.
O local está em reforma e por isso a entrada é gratuita.
* Débora Monteiro é jornalista, editora do blog https://sweetparaty.wordpress.com
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