Reportagem: Claudia Ferraz. Cerca de 70 pessoas estiveram na Terra Nova participando do Abraço ao Mangue – mobilização espontânea organizada nas redes sociais por alguns moradores da cidade, indignados com o crime ambiental ocorrido no dia 7/1/2015.
A devastação do manguezal, segundo uma testemunha, foi realizada na madrugada de lua cheia e maré baixa. Homens invadiram o local e cortaram grande parte da vegetação de uma área de preservação, onde a Prefeitura tem o projeto de instalar um observatório de pássaros.
Técnicos da SEDUMA receberam denúncias anônimas, já vistoriaram o local e fizeram um levantamento fotográfico da área degradada.
Mas enquanto se aguarda a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis, o encontro, sob os apelos de “Mangue é Vida” e “Queremos de volta a Praça das Aves”, ocorreu de forma pacífica e transparente. Sem especulações, o grupo se ateve a relatos e sugestão de ações de preservação e vigilância do local, pelas autoridades competentes.
Entre os presentes estavam dois ornitólogos, Luciano Lima, coordenador do observatório de aves do Instituto Butantan/São Paulo, e Bruno Rennó, que esclareceram sobre a importância ambiental do mangue da Terra Nova na rota de migração de pássaros.
Entre algumas espécies, eles citaram os colhereiros, a garça-azul e o maçarico-pintado, ave que vem do hemisfério norte e no voo faz parada obrigatória nessa área de mangue na costa de Paraty, considerada paraíso dos pássaros.
Foram registradas também as presenças, como cidadãos, de pessoas ligadas a órgãos ambientais e instituições, a exemplo de Rodrigo Rocha, do INEA; Daniel Cywinski, da Associação Cairuçu; Sylvia Junghähnel, do Projeto Aves de Paraty; Cristiano de Brito Lafetá, da Secretaria Municipal do Ambiente; Bernadete Passos, do Instituto Colibri e da Associação Casa Azul; Roberta Cosulich, do Instituto Náutico Paraty e Gabriel Toledo, do Conselho Municipal de Turismo, entre outras.
As sugestões levantadas foram consenso no grupo e prometem urgência no encaminhamento. Uma delas, de cunho educativo, é a criação imediata de uma placa para o local, com fotos do antes e depois da devastação do mangue, e informações sobre a importância ambiental da área.

Setor do mangue antes e depois do ataque
Outra decisão foi a de encaminhar com urgência um pedido de audiência com o prefeito Casé. A expectativa do grupo ali reunido é ter a “Praça das Aves” até setembro, quando Paraty receberá turistas de toda América do Sul para o Festival Sul-Americano de Observadores de Aves.
Mais informações no Facebook: S.O.S Mangue Terra Nova – Paraty
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