Paraty EcoFashion: Renato Imbroisi na cidade, acertando detalhes para a exposição Raizes de Paraty

A menos de 20 dias do evento de moda e design sustentáveis, a presença do tecelão e designer de artesanato Renato Imbroisi entusiasmou os artesãos das comunidades tradicionais de Paraty nesta primeira semana de setembro.

“Depois de muitas oficinas e encontros ao longo do ano, é hora de avaliar o que está pronto, que peças estão perfeitas, que outras precisarão ser alteradas… Enfim, sou meio exigente, nesta fase de balanço final, busco que o acabamento de cada trabalho seja muito bem feito. Afinal, tudo precisa estar pronto e lindo para a montagem da exposição Raízes de Paraty”, conta ele, diretor artístico da mostra.

Nesta sua última vinda a Paraty antes do evento, Renato trabalhou com muita energia e sensibilidade. Primeiro para avaliar a cestaria e as esculturas em madeira dos quilombolas do Campinho e dos índios Guarani da aldeia de Paraty Mirim; depois as peças em tecelagem dos alunos do Cembra, Ciep e Mangueira; e por fim, no Centro de Capacitação Colibri, no bairro da Patitiba, as peças das bordadeiras da cidade. Para elas, Renato propôs um desafio inédito: reproduzir em bordados as tradicionais máscaras feitas pelos artistas populares que costumam enfeitar as festas de rua, como o Carnaval.

E ele gostou do que viu até agora. Mais da metade dos bordados que ele esperava para montar a exposição Raízes de Paraty já estão prontos. Ele conta que, em suporte de bordado, essas máscaras serão uma homenagem aos mestres da cultura popular paratiense. Mas prefere não adiantar mais nada a respeito do que será a exposição. “O melhor é a surpresa”, diz ele, confiante de que valerá a pena esperar para ver.

Antenado para que tudo saia perfeito, desta vez ele veio a Paraty com a dupla de arquitetas e designers Tina e Lui. Os três avaliaram em detalhes os espaços da Casa da Cultura, para a finalização da planta de cada sala de exposição, de acordo com o planejamento da montagem e das peças a serem exibidas.

O vaivém de Renato

Ele mora em São Paulo. Mas viaja sem parar para cumprir sua agenda lotada de compromissos em muitas partes do Brasil, para encontros com as comunidades que orienta, em projetos que visam a produção de um artesanato autêntico, porém com uma qualidade diferenciada, por agregar valores profissionalizantes e de mercado.

Desde abril de 2013 Imbroisi tem Paraty na sua rota. Convidado especial do Instituto Colibri, ele desenvolveu ao longo do ano várias ações com foco na beleza e no estímulo à criatividade dos artesãos locais. “Minhas vindas periódicas para as oficinas com as bordadeiras, os índios de Paraty Mirim e os quilombolas têm sido muito produtivas. É uma experiência de resultados muito ricos. Quem visitar a exposição Raízes, na Casa da Cultura, poderá ver e sentir isso de perto”, diz ele, animado com a perspectiva de dar continuidade ao trabalho das oficinas em 2014.

– Quer dizer que a missão não acabará ao final do evento deste ano, Renato?

Ele é firme na resposta: “A criatividade não para. Esses artesãos, os índios, os quilombolas, as bordadeiras, todos eles estão se mostrando receptivos e interessados em manter suas identidades nas peças que produzem. E da melhor forma possível.

Muita coisa nova e interessante pode ainda florescer depois dessa experiência com as comunidades, na preparação deste Paraty EcoFashion”, finaliza Renato Imbroisi, já de malas prontas para seguir viagem, porém de olho na agenda. Daqui a poucos dias, sua próxima vinda a Paraty será decisiva: é quando ele fará a aprovação final de cada peça produzida pelos artesãos. “Não haverá tempo para retoques. Tudo estará pronto e lindo”, reforça ele.

Paraty fica ainda mais bonita quando o assunto é moda e design sustentável.

Saiba mais: www.paratyecofashion.com.br
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