O leitor acha que a grafia certa do nome da cidade é Paraty ou Parati? Afinal, as duas formas podem ser encontradas em placas de trânsito, documentos e até publicações históricas. Não bastasse, contribuindo com séculos de polêmica, a Flip, em seus primeiros anos, usou Parati.
A organização do evento achou que essa forma seria mais moderna, de aceitação mais fácil. Mas a maioria dos paratienses não quis abrir mão da tradição. Daí, nasceu a lei municipal de março de 2007, que oficializou a grafia do nome da cidade: Paraty se escreve com y. É o tal do passado, sempre dizendo presente.
Afinal, com a chegada do asfalto, a última cidade ao Sul do Estado do Rio começou, desde os anos 70, a ser inundada por turistas, pousadas, restaurantes e uma violenta desorganização urbana. Pela via cultural, concluiu-se, talvez fosse mais fácil, e barato, mobilizar não só corações, como esferas públicas e iniciativa privada.
A Flip foi criada com a intenção de obter um futuro possível para Paraty. Foi mudada a área de atuação (arquitetura e urbanismo) por uma que demandasse menos recursos (cultura e educação), mas que permitisse envolver pessoas e chegar ao objetivo, que é garantir as qualidades da cidade com turismo cultural e preservação.
Os 35 mil habitantes do município convivem bem com os turistas que visitam a cidade. Na época da Flip, sua festa maior, são esperados mais de 20.000 visitantes cada ano. Mesmo assim, uma vez que discordaram dos forasteiros -que insistiam em chamar Paraty de Parati, fizeram sua vontade valer.