De 10 a 19 de maio, a Festa do Divino de Paraty terá comemoração especial este ano: será a primeira como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O título foi dado pelo Conselho Consultivo do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
O processo de tombamento foi iniciado em 2005, quando a Presidente do IHAP – Instituto Histórico e Artístico de Paraty, Maria José Rameck, enviou uma carta ao presidente do IPHAN, Antonio Augusto Arantes Neto, solicitando o Registro da Festa do Divino Espírito Santo de Paraty como Patrimônio Cultural Brasileiro. Livros, monografias, cartazes e documentos sobre o tema foram anexados à correspondência.
Em 2007 a chefe do escritório técnico do IPHAN/Paraty, Cynthia Tarrisse da Fontoura, deu início ao apoio local para o pedido. No ano seguinte aconteceu a assinatura do contrato entre IPHAN-RJ/IHAP, com recursos do IPHAN/RJ, para a realização do inventário, iniciando o processo de reconhecimento da Festa.
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Desde então várias etapas foram cumpridas até a conclusão do dossiê: encaminhamento de abaixo-assinados das autoridades e moradores de Paraty; entrevistas da equipe de trabalho com a comunidade, Paróquia e festeiros; visita e acompanhamento de todas as etapas da Festa do Divino por técnicos do IPHAN/RJ; contato e entrevistas com equipe da Festa e comunidade em geral; exposição “Brincando com a Festa do Divino” no Escritório Técnico do IPHAN/Paraty; produção do vídeo que foi apresentado ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural e remessa de símbolos da Festa ao IPHAN/RJ para composição do processo.
Em 2011 o IHAP foi informado que o dossiê havia atendido todas as exigências do IPHAN e em janeiro de 2013 aconteceu a visita do Conselheiro Luiz Phelipe Andrés para a finalização do processo de tombamento.
“Após oito anos de muito trabalho, o Instituto Histórico e Artístico de Paraty está comemorando com toda a comunidade que, ao longo dos séculos, com recurso ou sem ele, preservou a festa intacta até o presente, com respeito e alegria, mantendo suas tradições. Parabéns, Paraty, nossa Festa merece, nosso Estado também, pois todos os Patrimônios Culturais Brasileiros são de grande relevância para o nosso país” destacou Maria José Rameck.
História da Festa:
Desde a era colonial, essa festa veio se transformando num evento de rara beleza, com apresentação de folia, bando precatório, Ladainhas da novena, Missas cantadas, leilão de prendas, danças típicas, distribuição de doces para as crianças, Coroação do Imperador, grande almoço que acontece na véspera do grande dia de Pentecostes, para todos os participantes da festa, entre outros atos que reforçam nas pessoas sentimentos como o amor ao próximo e a solidariedade.
A Festa do Divino em Paraty requer um enorme e incansável esforço de organização, mobilizando a comunidade de alto a baixo e cidades vizinhas, que apoiam e ajudam para que tão importante festa aconteça com brilhantismo e grande expressão de fé. Ela é uma relíquia do Brasil antigo, por sua autenticidade e beleza, preservando assim, tradições e valores. É por isso que a arquitetura e as festas populares que Paraty tão bem guardou da era colonial são hoje seu maior patrimônio.