
O Comitê de Planejamento de Resposta a Situações de Emergência Nuclear no Município de Angra dos Reis (Copren/AR), que faz o planejamento das ações dos exercícios, reúne representantes da Eletrobras/Eletronuclear; da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); da Secretaria Nacional de Defesa Civil; da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis; do Corpo de Bombeiros; da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) é o responsável pela supervisão do exercício, já que é o órgão central do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron).
Embora o exercício parcial seja menor, ele não é menos importante que o exercício geral. A simulação de um evento que chega a emergência geral demonstra a capacidade de ativar os centros de emergência e constatar a capacidade de comando, coordenação e controle, além de verificar a eficiência da logística para atender a uma emergência.
Em casos de eventos de emergência nas usinas nucleares brasileiras, o Plano de Emergência de Angra 1 e Angra 2 prevê a mobilização imediata de uma rede nacional de contatos, envolvendo centenas de profissionais, nos três níveis de governo. Além de telefonia fixa e celular, há conexão via satélite, o que garante a continuidade da comunicação mesmo em casos extremos, como apagões de energia ou quedas de torres de telefonia. O exercício parcial permite, entre outras ações, avaliar a capacidade de comunicação entre as organizações envolvidas e a eficiência da ativação dos centros de emergência.
O cenário da simulação é composto de várias anormalidades, criadas de maneira que caracterizem estágios de emergência, culminando com um acidente de perda total de alimentação elétrica interna e externa das usinas. Mesmo baseado em uma situação fictícia, o exercício parcial é uma operação complexa que envolve diversas entidades civis e militares.
A fim de evitar que haja o risco de as comunicações serem confundidas com uma emergência real, todas as mensagens entre os órgãos envolvidos são iniciadas e encerradas com o uso da expressão “isto é um exercício”. Durante o exercício são ativados: o Centro de Informações de Emergência Nuclear (Cien), o Centro da Secretaria de Governo e Defesa Civil de Angra dos Reis, o Centro Estadual de Gerenciamento de uma situação de Emergência Nuclear (Cestgen) e os centros internos da Eletronuclear.
Visando manter o PEE/RJ sempre em condições de acionamento, nos anos pares são realizados os exercícios de emergência parcial, e nos anos ímpares, os exercícios de emergência geral, quando são postas em prática todas as ações revistas no plano, inclusive a simulação de evacuação da população circunvizinha à Central Nuclear.