De 18 a 27 de Maio, fiéis de vários lugares da região da Costa Verde e do Vale Paraíba, além de visitantes de outros estados que frequentam periodicamente o município, vem a Paraty celebrar uma das mais importantes festas da Igreja Católica e da cidade. A expectativa da Secretaria de Turismo é de que 10 mil turistas prestigiem a festa, ou seja, quase 80% de ocupação da rede hoteleira.
A Festa do Divino, uma das mais importantes da Igreja Católica e da cidade de Paraty, celebra a descida do Espírito Santo sobre os discípulos de Jesus no dia de Pentecostes. No calendário litúrgico, o dia de Pentecostes vem 50 dias após a Páscoa.
Hoje as bandeiras do Divino são levadas pelos festeiros e sua equipe a todas as comunidades onde na abertura da festa todos as trazem novamente com suas doações e pedidos para a caixa de prece. Aproximando-se o período da Festa, a cidade se prepara e vive intensamente esses dias, sob os comandos de um festeiro escolhido entre as pessoas de destaque da cidade, sob eleição da paróquia Nossa Senhora dos Remédios.
As ladainhas iniciam nove dias antes do Domingo de Pentecostes, com a igreja ornamentada nas cores vermelhas e brancas. Os fiéis partem todos os dias da casa do festeiro, local onde também é montado uma espécie de trono ou altar em que ficam expostas a salva, coroa e cetro do Imperador do Divino, para as orações e as bandeiras. Essa novena possui música própria, conforme atestam as partituras intituladas “Novena do Espírito Santo”.
No Sábado, há distribuição de carne e pão aos pobres, como costumavam fazer na Corte do Rio de Janeiro, e o bando precatório nas ruas recolhendo esmolas para a festa. É também servido o almoço do Divino e no período da tarde, jogos, brincadeiras como o pau-de-sebo, corrida de saco e o leitão ensebado. Neste dia é costume aparecer às figuras do boi, acompanhado do cavalinho e da Miota, e um rapaz tocando caixa, que divertia as crianças e molecadas com suas correrias.
Após a coroação do Imperador na Missa de sábado segue para o “Império do Divino” na Praça da Matriz, sentava para assistir as danças em sua homenagem: Dança dos Velhos, Fitas, Jardineira, Caipô. Alguns jornais do final do século XIX mencionam a realização de cavalhadas na praça e em 1920 realizou-se uma marujada.