Com uma narrativa marcada pela experiência da guerra e das colônias, Le Clézio é autor de mais de 40 livros, entre ensaios e ficção. Escritor viajante, morou em diferentes países e é um obcecado pela palavras “nômade”, “errância”, “evasão”.
Sua fala, escrita e posicionamento costumam carregar um questionamento dos valores do Ocidente, uma nostalgia dos povos primitivos e uma espécie de aflição permanente diante da história europeia. Trata-se de “um escritor de ruptura, da aventura poética e do êxtase sensual, explorador de uma humanidade além da civilização dominante”, segundo a definição dada pela academia sueca.
No Brasil, outros cinco títulos de sua autoria foram publicados: A quarentena (1997), Peixe dourado (2001), O Africano (2007), Pawana (2009) e Refrão da Fome (2009). Em junho, chega ao país História do pé (Cosac Naify), seu mais recente livro, publicado na França em 2011. A obra reúne 10 novelas sobre mulheres corajosas, que recusam o cinismo e a brutalidade do mundo.
Formado em Letras e obteve seu mestrado com uma tese sobre Henri Michaux, na Universidade de Aix-en-provence, em 1964, e concluiu sua tese de doutorado em 1983, sobre a história do México, na universidade de Perpignan. Casado desde 1975 com a marroquina Jémia, tem duas filhas (uma do primeiro casamento). Atualmente, vive entre Albuquerque, no Novo México, ilhas Maurício e Nice.