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Escritora americana Jennifer Egan, convidada para a FLIP

A ganhadora do Pulitzer de ficção com o livro “A visita cruel do tempo” e que chega hoje às livrarias do país pelas mãos da editora Intrínseca, ainda tem que confirmar sua participação na Festa Literária Internacional de Paraty.

Quando a escritora americana Jennifer Egan se isolou em sua casa, em Nova York, para escrever (à mão) um pequeno conto sobre Sasha, uma jovem cleptomaníaca que circula por restaurantes grã-finos da cidade, não esperava dar à luz um personagem como Bennie, o ex-chefe da moça. Intrigada com a figura do executivo que mistura flocos de ouro ao café quente por acreditar em seu poder afrodisíaco, ela resolveu dar-lhe mais espaço e, assim, Bennie ganhou algumas páginas no caderninho em que a autora registra sua criação.

No decorrer do texto sobre o excêntrico personagem, Jennifer enxergou o potencial de Stephanie, sua ex-mulher, e passou a redigir sobre ela. Entre uma e outra linha, se deparou, no entanto, com o curioso grupo de amigos do casal e, de sobressalto, percebeu que estava diante não apenas de uma forma divertida de passar o tempo como também de um modelo narrativo rico e poderoso — um texto sem protagonistas, integralmente baseado em conexões.

Inspirado em ‘Pulp fiction’

Assim surgiu “A visita cruel do tempo”, livro que levou o prêmio Pulitzer de ficção no ano passado — destronando o alardeado “Liberdade”, de Jonathan Franzen — e que chega hoje às livrarias do país pelas mãos da editora Intrínseca.

— Pertenço ao grupo de autores que se deixam levar pelo instinto — diz Jennifer Egan em entrevista ao GLOBO por telefone. — E o fato de eu escrever meus livros à mão tem tudo a ver com isso. Quando estou no computador, fico o tempo todo tentando melhorar o texto, obedecendo a um processo crítico-analítico constante. Quando vou para o papel, onde a edição é mais difícil de ser feita, saio escrevendo, e a sensação que fica é de que, com isso, a intuição vai um passo à frente do cérebro, revelando um universo muito mais rico do que o real.

— Desde que vi “Pulp fiction” (1994), penso, maravilhada, sobre a desordem cronológica proposta por Quentin Tarantino. É claro que serviu como uma das fontes de inspiração — conta a autora. — A outra foi o seriado “Família Soprano”, que com maestria dá e tira importância a seus personagens.

Depois de algumas tardes de trabalho e de se convencer de que estava mesmo diante de um livro — e não de uma coleção de contos, como alguns críticos chegaram a dizer —, Jennifer estabeleceu para si três linhas-mestras de trabalho.

— Determinei que cada capítulo giraria em torno de um único personagem, que cada um deles teria uma ambientação em um tom próprio e que eles poderiam ser independentes do resto da história.
Com essa receita, “A visita cruel do tempo” foi oficialmente classificada pelo comitê do prêmio Pulitzer como sendo “uma investigação inovadora”, elogio que até hoje Jennifer não acredita ter recebido.
— Está na gaveta das coisas que a gente sempre acha que só acontecem com os outros, sabe?

O leitor que chega ao fim da premiada obra terá acompanhado os não protagonistas de Jennifer por diversas cidades americanas, pela Itália e até pela África — num safári com direito a ataque de leões vorazes. Nenhum dos personagens, no entanto, pisa na América Latina.
— É porque, fora o México, não conheço nada na região e, assim como tenho grande facilidade para criar pessoas, quando crio ambientes, idealizo locais que não conheço, deixo o texto sem força — explica a autora.

Mas Jennifer foi convidada pelos organizadores da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, para a edição deste ano, em julho. Ainda não confirmou por conta do filho.
— Pode parecer uma bobagem, mas, desde que levei o prêmio Pulitzer, me esforço como uma louca para ser uma mãe mais presente. Se meu filho, de 11 anos, não conseguir uma vaga no time de beisebol em que ele quer entrar e não tiver que viajar pelo país em competição, eu estarei no Rio em breve, sem falta.

Enquanto não confirma participação no evento, Jennifer acompanha de longe a transformação de “A visita cruel do tempo” em uma série de televisão. Diz que não quer participar do processo.
— Em abril, a HBO comprou os direitos da obra e vem adaptando as histórias para a TV — adianta a escritora. — Algumas pessoas chegaram a me dizer que a estrutura narrativa desse livro lembra a construção do seriado “Lost”. Eu não assisti à série, mas sei que nela romperam a linha do tempo, que havia vários personagens e que fez um sucesso danado. Se for assim com “A visita…”, ótimo!

Fonte: Jornal O Globo