Por Luciana Santos*
Observar o horizonte a partir de casa, ao longe, uma vista que pela beleza aguça a curiosidade, e nunca ter ido lá causa ainda mais interesse: é o desconhecido. A vista do morro do Pouso da Cajaíba, onde fica a trilha para a praia de Martim de Sá, sempre me chamou atenção pelo fato de estar ali no horizonte quando eu ia contemplar o mar.
De um ângulo invertido, visto do Pouso, dá para ver a Pedra do Frade, que marca a região onde resido e de onde partia minha observação (e curiosidade).
Para se chegar ao Pouso é preciso embarcação. Essa pode ser conseguida em Paraty ou Paraty-Mirim, como foi o nosso caso. A viagem leva mais ou menos 30 minutos de lancha a partir de Paraty-Mirim. Ao chegar na praia é possível ver que o vilarejo, de população caiçara, ainda preserva vários hábitos culturais, apesar dos problemas sociais locais.
Pouso da Cajaíba possui praia de água tranquila, verde e cristalina, com alguns barcos ancorados. Campings, quartos e casas de pescadores para alugar são opções de estadia. A partir do Pouso é possível fazer diversas trilhas. Nosso percurso escolhido foi Martim de Sá e Sumaca.
A subida da trilha para Martim de Sá é elevada e exposta, sem sombras. Isso é o que se tem durante 45 minutos. O último ponto descoberto da trilha é uma arvore que faz sombra em uma área onde se pode avistar todo o horizonte, com a praia do Pouso embaixo.
Vencida essa parte, a trilha passa a ser fechada durante mais 40 minutos, com sombra até a chegada na residência do “Seu Maneco”, patriarca da única família que reside em Martim de Sá. Lá, a única forma de estadia é o camping do “Seu Maneco”, garantia de tranqüilidade e paz. A partir de Martim de Sá é possível percorrer outras trilhas, como a rápida que leva ate o Poção, requer mais ou menos 30 minutos a partir do camping. Já a trilha para a paradisíaca praia da Sumaca leva uma hora e 20 minutos.
Sumaca é encantadora, possui água de um verde quase azul, areia branca e fina, com costeira de pedras redondas. Uma pedra maior forma uma “proteção” do lado direito da praia, deixando-a praticamente sem ondas, perfeito para nadar. Do lado esquerdo, que é mais exposto, já é possível ver correntes que levam em direção as pedras, é preciso cuidado para apreciar o passeio sem grandes riscos.
*Luciana Santos é uma jornalista carioca apaixonada por praias, cachoeiras, trekking e esportes que se harmonizam com a natureza. Cursou três anos de bacharelado em Turismo e promove vários projetos relacionados.
Esse espaço pretende fornecer dicas dos passeios pelos locais mais paradisíacos e desconhecidos da região de Paraty e Costa Verde. Que tal sair do convencional?