Visitantes, peregrinos e residentes desfrutam uma variada programação. Procissões do Enterro e do Fogaréu, a abertura dos Passos da Paixã, a exibição de peças sacras de valor incalculável como o Senhor dos Passos, o Cristo Crucificado e a Nossa Senhora da Soledade são os pontos altos das celebrações na cidade.
Todas as procissões e celebrações da Semana Santa são, até hoje, preservadas, tanto pela paróquia quanto pelo povo paratiense. A Procissão do Encontro – que era realizada uma semana antes e, atualmente, acontece na própria Sexta-Feira, mostra peças de valor histórico-arquitetônico incalculável na Sexta-Feira Santa em Paraty: os Passos da Paixão, abertos apenas uma vez por ano.
Os Passos são pequenos altares embutidos em paredes de sobrados, casas e igrejas na cidade de Paraty representando os principais momentos da Paixão de Cristo, tradição que veio de Portugal ainda no Brasil Colônia. Restaram seis Passos na cidade, restaurados, sendo três na rua do Comércio, dois na rua Dona Geralda e um na lateral da igreja de Santa Rita.
Veja fotos:
Nota © – Todas as imagens pertencem ao portal ParatyOnLine. Qualquer uso das fotos deve ter autorização do autor e proprietário: jornal@paratyonline.comUm dos pontos altos da Semana Santa em Paraty é a Procissão do Fogaréu (ou da Prisão) da qual, no início, somente homens participavam, sendo as mulheres proibidas até de vê-la pelas janelas.
Dessa procissão, reativada na década de 70 por um grupo de jovens paratienses, participava a figura do Centurião, que ia à frente do andor tocando uma corneta quando chegava à frente das igrejas. O Fogaréu, que inicia à meia noite de Quinta-Feira, 05 de abril, simboliza a prisão de Cristo.
Nessa procissão secular os fiéis saem pelas ruas de pedras do Centro Histórico portando fifós (tochas), com as luzes dos postes apagadas e ao som incessante de matracas – o que nos transporta a outros tempos. As matracas vieram substituir os sinos que, por serem motivo de júbilo, silenciam na Quinta-Feira Santa e só voltam a tocar no Domingo de Páscoa.
É curioso notar durante a procissão que, em fila, os fiéis entram pelas laterais saindo pela porta principal de todas as igrejas do Centro Histórico. São duas explicações para este fato: uma litúrgica e uma popular. A versão litúrgica trata da indulgência plenária – o perdão dos pecados sem a confissão; e a popular estipula que a procissão do Fogaréu é uma dramatização dos passos de Cristo, isto é, as igrejas representam os lugares por onde Cristo teria passado após a prisão: Anás, Caifás, Herodes, Pilatos e presos nunca entram pela porta da frente.
Desde seus primórdios que Paraty é uma cidade tradicionalmente católica, organizando e festejando anualmente cerca de 23 festas de cunho religioso, sendo as mais importantes a Festa do Divino, a Festa e Procissão Marítima de São Pedro, Corpus Christi, a Festa de Santa Rita, a Festa de N.S. dos Remédios – padroeira da cidade – e a Semana Santa.
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