Na quinta-feira 08 de agosto, às 17:00h, a peça sai da Praça do Chafariz seguindo até a Praça da Matriz, no Centro Histórico. Estão todos convidados a caminhar com os personagens, a rua é um lugar propício para o jogo do teatro, não porque seja um espaço hospitaleiro, mas, justamente porque é um espaço que implica em riscos, que desafia os artistas a inventar novas lógicas do uso da cidade.
O Grupo Teatro Que Roda entrega imagens que os transeuntes levampara suas casas, supondo que os espectadores – assistindo a totalidade da encenação ou apenas alguns minutos – possam reconstruir um espetáculo a partir da narração para amigos e familiares. Assim, faz um teatro que invade a cidade.
Atuar na rua é dialogar com as mais diversas demandas daqueles que habitam esse espaço público. É também interferir na ordem do funcionamento desse lugar, modificando seus fluxos, e ampliando suas possibilidades lúdicas.
A encenação de “MaKunaíma na Terra de Pindorama” é uma experimentação com esse jogo: pretende interferir nas frestas dos fluxos da rua, propondo que o espectador acompanhe os atores em uma espécie de brincadeira ao redor de tipos que pertencem às ruas, avenidas e praças do Brasil.
“Queremos que nossos personagens penetrem as calçadas, vias de trânsito, lojas, estimulando a que o cidadão comum que transita pelo centro da cidade sinta que pode jogar, pode romper com seu ritmo cotidiano, fazendo o espetáculo junto aos atores.” destaca André Carreira.
“Buscamos no carnaval mais simples, o carnaval dos amigos do bairro, do pequeno bloco de sujos que resiste fazendo a sua festa sem nenhum glamour, nosso ponto de partida para apresentar a tribo dos Tapanhúmas, e o Herói do Mato Dentro. O carnaval na rua com sua singeleza e capacidade aguda de criticar, é o material que convida os espectadores.”
“Colocamos o bloco na rua para dar vida a MaKunaíma, seus irmãos e suas cunhãs. O herói sem nenhum caráter transita pela rua contando os episódios principais de sua jornada pelas terras do Brasil”.
“De repente vemos que esse herói se parece a tantos que estiveram na rua assistindo nossos ensaios, e certamente a muitos outros que estarão vendo nossas apresentações. Indefiníveis como brasileiros, mas reconhecíveis como brasileiros, especialmente como sujeitos que tratam de estar de pé e aptos a seguirem adiante”, finaliza.
2 Coment rios