A criação da Área de Preservação Ambiental da Baía da Ilha Grande, foi adiada pelo governo do estado até o segundo semestre de 2012. A decisão foi tomada após a reação de prefeitos das cidades cercadas pela baía, que se dizem desconfiados.
Os prefeitos de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty se reuniram com o secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, porque acreditam que a criação de uma nova APA poderá prejudicar as atividades econômicas da região e pediram o adiamento da implantação da nova área de conservação, para que a questão seja mais debatida.

Lagoa Verde, na Ilha Grande
A primeira consulta pública sobre a criação da APA foi, mesmo assim, realizada na quinta feira 19/01/2012 e também foi decidida a promoção de uma audiência pública daqui a cinco meses para a apresentação do plano diretor da APA Marinha da Baía da Ilha Grande.
Um dos temas que terá prioridade na audiência pública, segundo Minc, é o fato de que o grupo de trabalho vai reunir as sugestões que foram apresentadas na audiência pública de Angra pelos setores produtivos da região, tanto das empresas petroleiras quanto dos pescadores e maricultores. O trecho a ser protegido, de Mangaratiba a Paraty, com área de 190 mil hectares, limita-se exclusivamente ao espelho d’água.
O local, além de grande beleza natural, é também uma região de intensa atividade econômica – do turismo à construção naval e à indústria do petróleo. Por isso o governo do estado decidiu tornar o mar da baía uma APA marítima, incluindo os três municípios.

Saco da Velha, na baía de Paraty
O litoral sul do estado do Rio possui, atualmente, 11 áreas de conservação ambiental, entre estaduais e federais. Mas os prefeitos da região dizem que falta infraestrutura, controle e fiscalização.
“Primeiro nós precisamos saber quais são os moldes da APA, qual o modelo, que é para realmente nós discutirmos com eles, para ver se nos atrapalha ou vem colaborar com o nosso município”, disse o prefeito de Angra, José Essiomar Gomes.
“Você pode ter uma plataforma, ela não pode estar a 200 metros da Lagoa Azul, que o turista está mergulhando, você pode ter um navio que vai para o estaleiro, você não vai fundear ele em cima da reserva das tartarugas. A gente quer mais emprego com mais preservação, daí o planejamento da APA Marinha”, explicou o secretário de Ambiente, Carlos Minc.
Fonte: G1