Plano da Eletronuclear para Angra 1, 2 e 3 prevê nova avaliação de encostas, altura de ondas e intensidade de chuvas. Um dos pontos contemplados é a contratação de uma consultoria externa para reavaliar o serviço de monitoramento das encostas no entorno do complexo nuclear de Angra dos Reis.
As ações pós-Fukushima da Eletronuclear para as três usinas nucleares brasileiras – Angra 1, 2 e 3, que ainda não começou a operar – já estão definidas num plano de investimentos de R$ 300 milhões para os próximos cinco anos. O trabalho é resultado de estudos que tiveram início logo após o acidente nuclear no Japão.
A consultoria deverá analisar até a hipótese de as estruturas e os sistemas de segurança já implantados pela Eletronuclear sofrerem um forte abalo, que chegasse a provocar a ruptura total das encostas. O objetivo é testar ao máximo a confiabilidade do monitoramento feito atualmente. Em 1985, fortes chuvas causaram um deslizamento que soterrou o Laboratório de Radioecologia da Eletronuclear, quase fechando a saída de água da refrigeração de Angra 1.
Além das encostas, o plano vai checar os sistemas de segurança para outros riscos naturais, como ondas gigantes, por exemplo. A ideia é monitorar o movimento do mar. Hoje, as instalações estão aptas a suportar ondas de até quatro metros de altura, mas será avaliado se é preciso aumentar o nível de proteção.
Alémdisso, nos dias 31 deste mês e 1 de setembro será realizada uma simulação do Plano de Emergência, em Angra, pela primeira vez em dois dias, que envolverá Defesa Civil, Forças Armadas, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e o gabinete de segurança institucional da Presidência da República.
Jornal O Globo
Carla Rocha (rocha@oglobo.com.br)