Você viu? David Byrne andou de bike pelas ruas do Centro Histórico. Para escapar do frio, fui para casa de Ecotaxi. E muita gente pedalou pela cidade, na carona da idéia sustentável e bacana de um patrocinador da Flip, que disponibilizou dezenas de bicicletas.
No domingo à tarde, enquanto David Byrne, autor do Diários de Bicicleta, (editora Amarylis), participava da mesa Tour dos Trópicos, acontecia o Tour de France, a mais famosa e lendária corrida de ciclismo do planeta, com seus mais de 3 mil km de percurso.
Sincronicidades e paixão por bicicletas à parte, o que vale é que, nessa segunda década do século 21, a magrela é o meio de transporte da vez, com argumentos ecológicos e urbanos 100% a seu favor. Na Flip, o companheiro de mesa de Byrne, o arquiteto e urbanista brasileiro Eduardo Vasconcellos, apontou o quanto muitas das grandes cidades do mundo estão urbanisticamente insustentáveis e reforçou os benefícios da bicicleta, em contrapartida aos trânsitos caóticos, fruto das décadas de primazia do automóvel.
Ainda falta muito para uma nova mentalidade se instalar e mudar o panorama. Faltam ciclovias, falta educação para o trânsito, falta segurança para os ciclistas, faltam o hábito e a vontade de mudar, entre outras coisas. É provável que o automóvel permaneça soberano por muito tempo ainda. Mas a bicicleta está com tudo para invadir (e salvar) a cena urbana. Há discussões e movimentos sérios em torno da ideia. Aqui em Paraty, por razões econômicas, culturais e até geográficas, ela é o meio de transporte preferido entre a maioria da população. Bom para nós, bom para o planeta: pós-Flip, a vida por aqui continua… sobre duas rodas.
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